Ainda não começámos a pensar
                                               We have yet to start thinking
 Cinema e pensamento | On cinema and thought                                                                              @ André Dias

A poesia civil



Programação
A Poesia Civil
Sobre algumas formas contemporâneas do cinema político

Convite a Nicole Brenez
Inserido na programação de cinema/vídeo de Em contra-mão
de Ricardo Matos Cabo
Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto

Sábado – 21 de Janeiro
Sessões comentadas por Nicole Brenez, docente em Paris I – Sorbonne, Programadora de Cinema Experimental, Cinema Político e Militante na Cinemateca Francesa

17:30
O Debate Visual
Embargo
de Mounir Fatmi, Marrocos, vídeo, 7’30’’
“Como vive um corpo sem alimento? Embargo é um vídeo de uma autópsia, uma fibroscopia que atravessa o corpo desde o cérebro até ao ânus, mostrando que o embargo é uma verdadeira impressão digital, que o embargo é um serial killer. De facto a comunidade internacional não vê o desgaste que um embargo pode causar numa população. Vinte países sofreram ou sofrem ainda diferentes tipos de embargo: de Angola a Cuba, do Chipre ao Sudão, do Vietname ao Iémen, etc… Hoje no Iraque uma criança com menos de cinco anos morre a cada oito minutos de uma doença ou de mal-nutrição devido à falta de alimento e de medicamentos. Depois de tantos anos os povos suportam esta “fatwa” internacional imposta em nome da condenação de regimes que nem sequer escolheram. Uma medida que não fez mais do que reforçar o poder dos ditadores que controlam a distribuição dos víveres.” (Mounir Fatmi)

Untitled Part 3b: (as if) beauty never ends…
de Jayce Salloum, Líbano – Canadá, 2002, vídeo, 11’22’’
“Abdel Majid Fadl Ali Hassam, refugiado desde 1948 no campo libanês de Bourg El Barajneh, leva às ruínas da sua casa na Palestina, um eco elegíaco, franco, visceral e metafórico sobre a desapossessão dos Palestinianos”. (Jayce Salloum)

Chic Point
de Sharif Waked, Israel – Palestina, 2003, vídeo, 2004, 7’
A elegância suprema: assegurarmo-nos dos recursos do espírito humano.

Border
de Laura Waddington, França – Reino Unido, vídeo, 2004, 30’
Para não esquecer Sangatte, e ao mesmo tempo todos os campos, os refugiados, os clandestinos, os emigrados económicos e políticos.

Ça será beau. Fom Beyrouth with Love
de Waël Noureddine, França – Líbano, 2005, Super 16 / video, 30’
À propôs de Nice 2006, mas na Beirute de hoje, logo 75 vezes mais violenta que a calma Nice da luta de classes de 1930.

21:30
Robert Fenz e o materialismo histórico
Aluno de Peter Hutton, operador de câmara de Chantal Akerman, Robert Fenz reinventa o ensaio sob a forma do poema descritivo inspirado pelo free-jazz e pela arquitectura de Óscar Niemeyer. Na tradição brilhante de James Agee, Rudy Burckhardt e Peter Hutton, Fenz documenta o real, privilegiando o que releva do vestígio histórico, no seio de um presente tornado epifania através do seu trabalho sobre as texturas da imagem.

Vertical Air
de Robert Fenz, EUA, 1996, 16mm, 28’
Uma colaboração fílmica e musical que cria um testemunho sensorial sobre o ideal democrático através da exploração das relações distintas entre o som e a imagem, recorrendo a imagens icónicas Americanas, à abstracção gráfica e a uma peça poderosa composta por Wadada Leo Smith.

Meditations on Revolution, Part V: Foreign City
de Robert Fenz, USA, USA, 2003, 16mm, 32’
“Foreign City estuda Nova Iorque como local de imigração e deslocação. É uma meditação sobre a revolução do espaço urbano. As suas imagens abstractas e sons reais, entram e saem de sincronização, criando uma paisagem mágica e estrangeira. A reconstrução de Nova Iorque através de um mapa imaginário da cidade construído a partir da sensação. O filme tem uma qualidade anónima, intemporal que nos é dada pela voz do artista e músico de jazz Marion Brown.”

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