O trabalho da música
O Homem que Sabia Demais
De Alfred Hitchcock
com James Stewart, Doris Day, Daniel Gélin, Brenda de Benzie
Estados Unidos, 1956 – 120 min / legendado em francês
Para este filme, Hitchcock repegou num filme que fizera em 1934 e a opinião geral concorda com a dele: aversão de 1956 é muito superior. Um pacato casal de americanos, um medico e uma ex-cantora (sempre a cantar Che serà, serà…), é envolvido numa intriga política, que visa o assassinato do primeiro-ministro de um país não identificado (mas, evidentemente, da “Cortina de Ferro”) durante uma visita official a Londres. “Suspense”, humor, explendor visual e brilhante “mise en scène” caracterizam este filme de maturidade, que culmina na famosa sequência do atentado, durante um concerto no Albert Hall, em Londres.
Sáb [18] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
No concerto do Royal Albert Hall em The man who knew too much (1934, 1956, duas versões), o efeito não é apenas o do toque final de címbalo que deve servir de sinal ao assassino; a questão é: um disparo ou um grito de mulher serão capazes de fazer desviar a enorme máquina constituída pelo maestro, a orquestra sinfónica e o vasto coro misto empenhados na execução de uma indigesta cantata, cuja partitura nos é posta sob os olhos?
Reflexo fiel dos métodos que o inspiraram, o cinema de Hitchcock representa muitas vezes a música como questão, não de improvisação e de impulso, mas de respeito escrupuloso por uma ordem combinada. Este realizador, que levou o profissionalismo ao sublime, mostra a música como um trabalho e uma profissão, como uma questão de controlo e de ofício.
Michel Chion, La Musique au Cinéma
Sem comentários:
Enviar um comentário