Trabalho de luto | Work of mourning (O período cor-de-rosa | The pink period #1.8)
Depois do cinema moderno, portanto, ainda em trabalho de luto. Mas sem que esse luto demorado se torne um peso excessivo e condicione a alegria dos encontros. Pelo contrário, esta necrofagia tornou-se paradoxalmente uma condição, se não necessária pelo menos fundamental, para a nossa alimentação cinematográfica. E, se reconhecermos o valor de uma aprendizagem que pode começar pelo meio, ou mesmo pelo fim de alguma coisa, neste caso, pelo preciso momento em que nada é já claro sobre o destino do cinema (e passados trinta anos continua tudo bastante confuso), não temos quaisquer motivos para, contrariando a nossa pertença, ceder à autoridade insistente que remete para as origens históricas como premissas insuperáveis da compreensão. Chega-se ao cinema por onde se chega, pelos filmes que se viram, pelos que nos demandaram, e é sempre a eles que é preciso responder. [continua] | After modern cinema, hence, still the work of mourning. But this slow mourning doesn’t become a heavy burden nor conditions the joy of encounters. On the contrary, this necrophagy has paradoxically become a requirement — if not strictly necessary, at least fundamental — to our cinematic nourishment. And, if we recognize value to an apprenticeship that can start from the middle, or even at the end of something — in this case, at the moment in which nothing was clear anymore about the destiny of cinema (and, thirty years later, everything is still pretty much confusing) — we have no motive whatsoever to go against our belonging and submit to that persistent authority that consigns us to historical origins as insurmountable premises for an understanding. One reaches cinema by so many ways, by the films one sees, by the ones demanding us, and only to those one must answer to. [to be continued] |
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