Ao pé da letra #77 (António Guerreiro) «Sobre a ordem e o poder da palavra “casamento” | |
O que está em causa no debate em curso sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo não são os comportamentos nem os factos mas algo mais complexo: o poder das palavras e o edifício simbólico que elas constroem. E isso está bem patente no projecto de lei do PSD, que opta por chamar “união civil registada” e “parceiros” ao que outros chamam “casamento” e “cônjuges”. E isto porquê? Porque uma parte da população (sobretudo, a mais católica) se sente ferida com a linguagem. Se as regras da mobilização militar nos Estados Unidos proibiam, até há pouco tempo, a declaração reflexiva “Eu sou homossexual” era porque isso podia ser interpretado como uma tentativa de sedução ou como uma agressão. | Aceder assim a tão poderoso e antigo edifício simbólico (o casamento) pode parecer uma revolução, mas é uma revolução conservadora. Todos nos devemos regozijar com a resolução de problemas práticos e legais. Mas é preciso não esquecer que integrar a ordem do discurso a que pertencem as representações sociais do casamento significa uma submissão à linguagem que sempre procedeu pela violência e pelo poder discursivo de impor uma definição de homossexual.» António Guerreiro, «Ao pé da letra», Expresso-Actual, 9.1.2010. |
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