Ao pé da letra #76 (António Guerreiro) «Sobre os editores como produtores literários | |
As saídas dos editores de uma empresa para outra são hoje acompanhadas com a mesma atenção que a transferência dos jogadores ou as deslocações das celebridades televisivas. A grande transferência da temporada foi a de Maria do Rosário Pedreira da Quidnovi para a Leya. Segundo disseram os jornais, esta editora detém um capital importante na bolsa de valores da edição: a capacidade de “descobrir”, “inventar”, “produzir” novos autores portugueses (e os nomes dados como exemplos eram estes: José Luís Peixoto, valter hugo mãe e João Tordo). | Ficámos assim a saber, se por acaso não tínhamos ainda percebido a evidência, que a literatura – sobretudo, a ficção – é hoje uma produção editorial que faz dos autores meras criaturas de desígnios e génios alheios. Em tempos, um grande editor, com uma intervenção autoral, era aquele capaz de fazer um catálogo que, em si mesmo, constituía um programa literário. Hoje, um grande editor é um produtor e alguém que arranja escritores e livros à la carte. O triunfo desta lógica implacável ditou o fim da autonomia do campo literário, tal como o conhecemos desde a segunda metade do século XIX.» António Guerreiro, «Ao pé da letra», Expresso-Actual, 24.12.2009. |
Ainda não começámos a pensar
We have yet to start thinking
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