Notas demasiado soltas (IndieLisboa 2008) #9: Tomates
«Talvez a cinefilia dos programadores, apesar das aparências, passe por ser uma actividade secreta e envergonhada de colocação de armadilhas, de filmes inesperados, no meio do engano» — dizia eu aqui, no início do festival. Era o que tinha de mais simpático para dizer na altura. Estava pessimista, confesso. Mas e agora, como me posso retractar? Depois do choque e esplendor da visão de ROZ (Pink) de Alexander [ou Alexandros?] Voulgaris e CHARLY de Isild Le Besco, mesmo no meio da Competição Internacional, que tipo de flagelação devo sofrer? Não devia ser a Competição Internacional, a vermelho no programa, note-se, a mais considerável catedral do respeito? Que fazem lá estas duas imensas bizarrias que parecem cuspir no chão da nobre arte cinematográfica, embora na verdade o beijem de luxúria? Nem uma pinta de pop nem de cool. | Vejam bem, a primeira projecção de ROZ, a lindíssima bizarria grega, tinha a Sala 1 do Londres quase cheia. Ena, tanta gente ao engano! Não sabiam o que os esperava! Que felicidade acidental! Pensavam que a senhora Competição Internacional era respeitável! Pois não é! E eu também não sabia. Portanto, algo está claramente errado aqui... A menos que seja eu. Tenho que admitir que foram precisos tomates para colocar estes filmes na Competição Internacional (mesmo andando a bisbilhotar lá por fora). E os senhores programadores, sim senhor, tiveram-nos. |
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