Ao pé da letra #56 (António Guerreiro) «A crise das imagens é hoje uma questão fundamental | |
A crise da linguagem é uma questão muito importante em toda a literatura moderna. Os autores vienenses do princípio do século XX viveram-na com especial intensidade. O documento extremo dessa consciência crítica é a “Carta a Lord Chandos” (1902), de Hugo von Hofmannsthal. Quando hoje se fala do triunfo e do predomínio das imagens, do lugar privilegiado que elas ocupam na nossa sociedade, tendemos a esquecer que também há uma crise das imagens, e não menos grave. Só quem tem uma visão ingénua e muito simples do que é uma imagem é que não percebeu ainda que o fluxo imagético a que estamos submetidos corresponde, no fundo, à impossibilidade da nossa cultura de produzir imagens e símbolos que superem a anestesia geral. | A crise das imagens – cuja face mais visível é o excesso – é um sintoma de esterilização cultural. Por isso, correr atrás das imagens como a ‘linguagem’ própria da época é o mesmo que praticar a tagarelice, a conversa que ninguém ouve e já nada comunica a não ser a própria erosão da linguagem. A arte contemporânea sabe muito bem o que isso significa. Quem diria que a cultura da imagem se situa, afinal, do lado da cegueira?» António Guerreiro, «Ao pé da letra», Expresso-Actual, 18.7.2009. |
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