Ao pé da letra #68 (António Guerreiro) «Sobre as virtudes do analfabetismo primário | |
Num texto intitulado “A Morte da Literatura”, M. S. Lourenço refere-se a uma distinção entre analfabetismo primário e secundário, feita por Hans Magnus Enzensberger. Foi num texto de 1985 que o poeta e ensaísta alemão estabeleceu a distinção entre as duas categorias de analfabetos, definindo o analfabeto secundário como o produto de uma nova fase da industrialização. Este tipo de analfabeto sabe ler e escrever e, diz Enzensberger, é ele o alvo privilegiado dos “meios de produção de imbecilidade” (meios impressos e audiovisuais). | Verificando que se deu, no nosso tempo, o triunfo do analfabetismo secundário e que os meios de comunicação estão maioritariamente programados à sua medida, Enzensberger faz o elogio do analfabetismo primário e acaba o texto atribuindo-lhe um papel essencial na sobrevivência da literatura, já que esta exige obstinação e memória, isto é, “as qualidades do verdadeiro analfabeto: talvez seja ele a ter a última palavra, já que não tem necessidade de outros ‘media’ que não sejam a boca e o ouvido”.» António Guerreiro, «Ao pé da letra», Expresso-Actual, 31.10.2009. |
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