Ainda não começámos a pensar
                                               We have yet to start thinking
 Cinema e pensamento | On cinema and thought                                                                              @ André Dias

Nada a dizer

oferenda a “murnau”

«A estupidez não é nunca muda nem cega. Se bem que o problema já não seja o de fazer com que as pessoas se exprimam, mas o de lhes arranjar vacúolos de solidão e de silêncio a partir dos quais elas teriam alguma coisa a dizer. As forças de repressão não impedem as pessoas de se exprimir, pelo contrário, forçam-nas a exprimir-se. Doçura de não ter nada a dizer, direito de não ter nada a dizer, dado que é a condição para que se forme alguma coisa de raro ou de rarificado que mereceria um pouco ser dita.»

Gilles Deleuze, Pourparlers, Minuit, Paris, p. 177

1 comentário:

Anónimo disse...

obrigado!

e como me tem sido costume neste tempos de tanto barulho para nada ou muito de horrível, remeto-me para o tempo que se sustém (ou distende nessa suspensão/sustentação) no movimento interno do silêncio coloquial dos planos do casal Straub/Huillet ou do meu muito querido Rousseau (o Jean-Claude, embora muito goste do Jean-Jacques, que não fazendo filmes, também os faria). E, curiosamente, Deleuze ensinou-me muito sobre o aprender a ver esse tempo e essa presença do silêncio.

Abraço.

josé


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